O SENHOR dos Exércitos jurou, dizendo: Como pensei, assim sucederá, e como determinei, assim se efetuará.    

Isaías 14:24 

INTRODUÇÃO

   Na eternidade, Deus estabeleceu Seus planos para a criação dos anjos, da Terra e do homem. Não se pode admitir que a criação de todas as coisas ocorreu por acaso sem a intervenção do Criador. Também não é possível imaginar que Deus não sabia as consequências de Suas obras criadas. A Bíblia diz claramente que o Cordeiro foi “morto antes da fundação do mundo” (1 Pedro 1:18-20). Isso significa que Deus ao criar já sabia sobre os resultados de Sua criação. Essa semana nos deteremos nos planos de Deus sobre tudo o que Ele fez, Sua influência na origem do mal e na queda dos anjos e homens, o Seu propósito para o Universo criado, bem como até que ponto Ele interfere na história humana.

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OS PLANOS DE DEUS

  Deus é eterno, sempre existiu, mesmo antes de haver tempo (Salmos 10:16). Isso é algo difícil de ser entendido pelo homem que vive em um mundo onde tudo tem um começo e um fim. Mas a Bíblia afirma categoricamente que Deus não tem princípio de dias nem fim de existência. Em algum momento Ele decidiu criar o que nós entendemos como Universo. Certamente que ao criar todas as coisas havia um plano bem definido na mente de Deus que foi levado a cabo de forma soberana, perfeita e presciente. Quem imagina que o Senhor não sabia o que aconteceria com Sua criação antes mesmo d’Ele tudo trazer à existência não entende os Seus atributos, não tem noção nem mesmo básica do Seu imenso poder e capacidade de tudo saber e tudo poder realizar.

   Dessa forma podemos afirmar que os planos de Deus são perfeitos, tem finalidade e não podem ser frustrados por ninguém (Isaías 14:24;27). Sendo assim fica a questão: Se Deus fez tudo, sabe de todas as coisas e ninguém pode Lhe frustrar os planos estabelecidos, como explicar o pecado dos anjos e do homem? Teria Deus criado todas as coisas e já estabelecido que essas coisas se corrompessem? Essa é uma pergunta que assombra os estudiosos da Bíblia há muito tempo, e entender isso da forma certa ou errada afetará a forma como vemos a Deus e o Seu caráter.

   A Bíblia diz que Deus é amor e n’Ele não há trevas (1 João 1:5; 4:8). Tiago também na mesma linha mostra que Deus não pode ser tentado pelo mal e Ele mesmo a ninguém tenta (Tiago 1:13). Sendo assim podemos afirmar categoricamente que o Senhor não criou o mal e nem mesmo induziu Suas criaturas a praticá-lo. Deus previu que tanto anjos como o homem iriam se rebelar contra o Seu governo por um mau uso da liberdade de escolha, mas mesmo assim não mudou Seus planos com relação à criação. Obviamente que os propósitos de Deus se realizarão mesmo com esse “aparente revés” em Seus planos. Ele já sabia das consequências da rebelião e usa as circunstâncias para cumprir Seus propósitos. A maldade e o bem que, tanto anjos como o homem praticam, Deus usa a Seu favor. Nada há que Deus não permita e nada acontece sem que Ele tenha pleno domínio sobre a situação. O diabo e seus agentes podem lutar para prejudicar os objetivos do Senhor, mas acabam por serem instrumentos para cumprir a Sua vontade.

 

A CRIAÇÃO

   A Bíblia afirma categoricamente que Deus fez tudo a partir do nada (Salmos 33:6-9). Portanto não podemos aceitar a ideia de que o Universo se origina de forma espontânea, resultado de uma grande explosão de energia oriunda de uma partícula infinitesimalmente menor que a ponta de um alfinete. Não podemos aceitar a origem da vida a partir de organismos primitivos que se originaram em uma sopa primordial extremamente ácida e incapaz de sustentar a vida.Diz o livro de Gênesis que no princípio criou Deus os Céus e a Terra (Gênesis 1:1). Essa afirmação deixa clara a origem de todas as coisas. Tudo vem de Deus e foi feita por Ele e para Ele (João 1:3; Romanos 11:36; Colossenses 1:16). A criação era perfeita. Tanto os anjos foram feitos perfeitos (Ezequiel 28:15) como o homem e a Terra (Gênesis 1:31). E é necessário entender que nunca foi vontade do Senhor que Sua criação fosse deslustrada pelo pecado. Porém Deus previu que o pecado iria se originar, mas não o impediu.

   Existem teólogos que afirmam que, por Deus ser soberano, Ele é o originador do mal e o predestinou a existir. Mas isso é incoerente e coloca em Deus a culpa de toda a maldade que existe. O fato de Deus ser soberano não significa que Ele não possa permitir aos anjos e ao homem escolherem o caminho que desejarem. Em Sua soberania quis dar essa liberdade a eles. Infelizmente tanto anjos como o homem fi zeram mau uso de sua liberdade e pecaram. Aqueles no Céu, esse no Éden.

   Uma leitura atenta do livro de Gênesis capítulos 1 e 2 mostram o milagre da criação. O salmista afirma que “os Céus proclamam a Glória de Deus e o firmamento anuncia as obras de Sua mão” (Salmos 19:1). Houvessem, tanto os anjos como o homem, permanecido fiéis ao Todo Poderoso e ainda estaríamos vivendo em um mundo maravilhoso sem pecado, morte, dor e sofrimento. O amor e a liberdade têm seu preço, e Deus quis pagar esse preço na cruz do calvário. Ser adorado por seres autônomos e livres ou ser adorado por marionetes robotizadas sem autonomia. Essa era a escolha do Todo Poderoso e Ele escolheu a primeira alternativa por causa do Seu caráter de amor. Era da vontade do Senhor criar seres livres que pudessem se relacionar com Ele num relacionamento de amor.

 

SEU PROPÓSITO

   O propósito Divino para as Suas obras são a felicidade de Suas criaturas e demonstração da Sua glória. Ao criar todas as coisas, Deus demonstrou Seu imenso poder. Quando olhamos para o céu à noite e vemos o exército de estrelas cravejadas no firmamento, sentimo-nos pequenos. É possível vermos a olho nu em torno de 8500 estrelas. Mas as estrelas que vemos são todas pertencentes a nossa galáxia, a Via Láctea, e ela é apenas uma de mais de dois trilhões de galáxias que existem no Universo. Cada galáxia possui em torno de 200 milhões de estrelas e cada estrela uma média de quatro ou mais planetas. Somente esses números assombrosos dão uma pálida noção do tamanho do Universo. E esse Universo é sustentado pelo poder do Senhor. Por isso Paulo disse que as obras da natureza mostram ao homem a glória e o poder de Deus (Romanos 1:19-20).

   Mas o mesmo Deus que fez um Universo tão imenso também fez coisas pequenas para alegrar o homem. Basta olharmos ao redor e veremos que mesmo em um mundo pecaminoso ainda existem belezas sem fim. Ao olharmos as fl ores e seus matizes, os pássaros e suas variedades de cores, as pequenas joaninhas, as borboletas e outros tantos animais que existem, percebemos o maravilhoso amor de Deus para com o homem. Ao acabar Sua criação no sexto dia, viu Deus que tudo era Muito bom. Ao criar todas as coisas era o intento de Deus poder se relacionar com o homem e manifestar-lhes Seu amor, bondade e afeição. Ao vermos a criação por esse aspecto compreendemos o incomensurável amor de Deus.

 

TEORIAS DIVERGENTES

   Com relação à criação do Universo existem diversas teorias a respeito. Vamos analisar algumas dessas teorias que são mais significativas para nossa realidade hoje.

   Criacionismo – A teoria criacionista em si mesma não é uma exclusividade do cristianismo. As diversas religiões que existiram e existem tem suas teorias de como o mundo foi criado. Muitas dessas crenças por si só são absurdas, mas foram e ainda são aceitas por muitas pessoas. Poderíamos dar como exemplo a antiga religião greco-romana que criam na criação do universo a partir do caos. Do caos surgiu a mãe terra(Gaia) e dela veio Urano (céus). Juntos tiveram diversos fi lhos que originaram os Titãs e todo o panteão de deuses gregos, bem como os animais e o homem.

   Criacionismo cristão – O criacionismo cristão é a teoria de que foi Deus que fez todas as coisas como descrito no livro de Gênesis. Para o criacionismo cristão não existe margem para outra possibilidade que não seja essa. Parte-se do pressuposto de que foi Deus que criou e ponto final. Essa teoria divide-se entre o criacionismo cristão basicamente e o criacionismo científico. A diferença entre eles é que o criacionismo não se preocupa com o cientificismo da criação. Se a Bíblia diz que foi como está em Gênesis que os Céus e a Terra foram criados é assim que deve ser entendido e não há necessidade de prová-lo. Já o criacionismo científico aceita o fato de que “foi Deus que fez”, mas procura provar essa afirmação através de fatos científicos. Busca harmonizar Gênesis com a ciência.

   Evolucionismo – O evolucionismo é a teoria que afirma que toda vida evoluiu de formas inferiores através de milhões e milhões de anos por processos naturais. Nessa teoria não existe lugar para Deus. Segundo os evolucionistas o Universo teria se formado a aproximadamente 15 bilhões de anos atrás através de uma grande explosão de energia chamada Big Bang e daí, do nada, todas as estrelas, planetas e seres teriam evoluído para o que temos hoje no Céu e na Terra.

   Evolucionismo teísta – O evolucionismo teísta defende todos os pressupostos do evolucionismo tradicional, mas admite a existência de Deus e que é Ele quem dirigiu a evolução desde o seu início. Muitas denominações cristãs defendem esse ponto de vista nos nossos dias infelizmente. Dentre elas podemos citar a Igreja Católica Romana, o Anglicanismo, o Luteranismo, algumas denominações Presbiterianas, algumas denominações metodistas e algumas denominações batistas. Também existem outras denominações cristãs independentes que também defende essa teoria, principalmente aquelas que defendem a teologia inclusiva.

   Design inteligente – O design inteligente segue o pressuposto de que existe um criador. Diferencia-se do criacionismo científico porque nesse o criador é o Deus Bíblico, enquanto no design inteligente é afi rmado que a vida se origina em um ser superior, mas cabe à teologia dizer quem é esse ser superior. O design inteligente preocupa-se apenas com a questão científica e como essa aponta para um projetista da criação. Procura evidências no mundo natural de que existe um arquiteto que tudo fez, mas nunca afirma quem ele é. Daí fazerem parte do “design inteligente” cientistas de diferentes religiões (muçulmanos, judeus, cristãos). Por se tratar de um segmento que busca na ciência provar a existência de um criador, não se opõem ao cristianismo conservador e a maioria dos cientistas que defendem essa corrente científica são cristãos fundamentalistas e creem no relato literal do livro de Gênesis sobre a criação.

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   Deísmo – O deísmo ensina que um ser criou o universo e deixou que ele seguisse seu próprio rumo sem interferir nele. Originou-se com o iluminismo do século XVIII. Os seguidores dessa teoria creem que existe um deus, mas ele não se preocupa com a sua criação.

 

IMPLICAÇÃO DA DOUTRINA DA CRIAÇÃO

   Neste século em que vivemos, a teoria da evolução tem arruinado a fé de muitos jovens cristãos que ingressam na Universidade. Ao chegarem àquele lugar onde o conhecimento é tratado como essencial para o sucesso na vida, são bombardeados por professores e colegas não cristãos com a ideia de que Deus não existe e que toda a vida é obra do acaso. Oprimidos com a influência deletéria do ambiente em que se encontram e sentindo-se culpados por duvidarem do ensinamento cristão que obtiveram em seus lares, acabam por tentarem misturar a ideia da evolução com a fé que possuem. O resultado é um cristianismo parvo, superficial e permissivo. Esse tipo de cristianismo está sendo engolido pelo secularismo, o ateísmo, o islamismo e outras filosofias orientais.

   Como cristãos conservadores não podemos admitir que esse novo foco tentando harmonizar a teoria da evolução e do cristianismo prevaleça. A implicação de negar a criação conforme é apresentada no livro de Gênesis é muito deletéria à filosofia cristã como um todo. O cristianismo se baseia na realidade de que Deus enviou Seu Filho a este mundo para servir de oferta vicária pelo homem por causa da transgressão de Adão. Se o homem evolui, então o pecado não teve uma origem e, portanto, por que a necessidade de Jesus ter morrido? A evolução retira a necessidade da cruz e Cristo deixa de ser o Salvador para ser apenas um exemplo de vida. E isso é preocupante porque muitos ateus e incrédulos não negam a existência histórica de Jesus e até mesmo reconhecem o valor moral de Sua vida, bem como a Sua influência benéfica para sociedade humana. Porém eles negam a divindade e a necessidade de uma morte substitutiva, bem como também negam que exista o pecado. O cristão que aceita a ideia de uma evolução teísta está a um passo de abandonar as mais essenciais doutrinas cristãs e acabará por abraçar doutrinas de demônios como foi profetizado pelo apóstolo Paulo (1 Timóteo 4:1). Mais cedo ou mais tarde o ceticismo tomará o lugar da fé em Deus.

 

CONCLUSÃO 

   As obras de Deus demonstram o Seu poder e também a graciosidade de Seu amor pelas Suas criaturas. Tudo o que Ele fez é belo e perfeito e o objetivo é demonstrar a Sua glória e trazer felicidade as Suas criaturas. O que foi feito é resultado de um planejamento de Deus desde a eternidade e podemos ter certeza de que Aquele que fez todas as coisas reabilitará a mesma criação com grande poder. A felicidade e a paz perfeita se materializarão de forma definitiva novamente e o pecado não se levantará pela segunda vez. Podemos ter a certeza de que as obras do Senhor estão bem seguras em Suas mãos e que a momentânea imperfeição que o pecado trouxe sobre Sua criação um dia desaparecerá completamente, raiz e ramos. Como disse o apóstolo Pedro “esperamos novos Céus e nova Terra onde habitam a justiça” (2 Pedro 3:13).

 

QUESTÕES PARA DISCUSSÃO EM CLASSE

 

1. Quais eram os planos de Deus para Sua criação?

R.

2. Deus originou o mal?

R.

3. Qual era o propósito de Deus ao criar o Universo?

R.

4. O evolucionismo teísta pode ser aceito por um cristão bíblico? Justifique sua resposta.

R.

5. Por que Deus não impediu que os anjos e o homem pecassem?

R.

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