Banner da lição da escola bíblica vigentePara se se ter uma vida espiritual saudável, a busca diária através da oração e da leitura bíblica não é algo opcional. Se quisermos permanecer de pé espiritualmente, mesmo sendo bombardeados todos os dias pelo inferno e todos os tipos de tentações, é imprescindível buscar na fonte eterna, que é Cristo Jesus, forças para cada dia de batalha. Cada cidadão do Reino de Jesus deve tomar sua carne, suas vontades e lançar-se de vez, sem olhar as circunstâncias adversas.

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Quando alguém pesquisa sobre os batistas e, mais especificamente, os Batistas do Sétimo Dia, acabam fazendo prolegômenos e mais prolegômenos sobre suas origens e desenvolvimento em solo inglês e especialmente, norte-americano. Isto se dá porque há uma relativa necessidade de conhecer e entender a forma pela qual nós os Batistas que aceitaram a vigência plena dos Dez Mandamentos interpretamos, concebemos e construímos nossa fé e, por consequência nosso modo de ser. O modo de ser Batista do Sétimo Dia está ligado a alguns fatores, entre eles:

Somos um povo com História

A origem dos batistas está no movimento “puritano” inglês do século XVII. Tal movimento, ainda que contraditório em muitos aspectos, reivindicava purificar a igreja de tudo que lembrasse a liturgia e a teologia católica. Nos primórdios de 1600, quando a Bíblia passa a ser estudada, alguns começam a questionar o Domingo como dia de adoração. Eles debatem e chegam a conclusão de que o quarto mandamento continua vigente e, portanto, o Sábado, do sétimo dia da semana, deveria ser o dia guarda e adoração. Entre esses personagens, encontram-se:

John Traske. É frequentemente associado ao início da guarda do Sábado, na Inglaterra, pois começa a defender a guarda do sábado em 1617. Passou a celebrar festividades judaicas e tinha uma dieta alimentar pautada nas restrições levíticas. Foi preso em 1618 e após um ano na prisão retratou-se e voltou para a igreja anglicana e passou a tentar dissuadir seus seguidores de suas doutrinas. No entanto, “não há evidência de que Traske tenha relação com qualquer igreja, que mais tarde, tenha ficado conhecida como Batista do Sétimo Dia; no entanto, fora um importante proponente da doutrina do sábado. Suas crenças levaram aos primeiros fóruns de debate para discussão do assunto” (Um Povo que Escolhe, Curitiba: CBSDB, p. 54)

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Theophilus Brabourne, ministro anglicano, lança, em 1632, “Uma defesa do mais antigo e sagrado mandamento de Deus, o Sábado”. Porém, eis algumas questões:

  • Apesar de crer ardentemente que o sétimo dia da semana era o Sábado do Senhor, continuou fiel à igreja anglicana, esperando uma reforma e que ela aceitasse o Sábado;
  • Conquanto estivesse “convencido” do Sábado, ele pessoalmente não o guardava. Para se defender, ele escreveu “um homem não está compromissado a colocar em prática, em todos os casos e momentos, o que ele sabe que deve ser feito.” (Um Povo que Escolhe, Curitiba: CBSDB, p. 54).

Então, quando surgiram os Batistas do Sétimo Dia?

Os Batistas, que decidem guardar o sábado como dia de adoração a Deus, e que, portanto, passam a ser denominados como Batistas do Sétimo Dia surgem no início de 1650, na Inglaterra. (Um Povo que Escolhe, Curitiba: CBSDB, p. 62). É por nessa época que dois importantes pilares da fé batista do sétimo dia passam a ser defendidos juntos: O batismo de crentes por imersão e a guarda do Sábado, o sétimo dia da semana, em obediência ao quarto mandamento. Assim surge a denominação Batista do Sétimo Dia. Nesse período surgem de fatos os primeiros batistas do sétimo dia:

  • James Ockford, escreve em 1650 o livro “A doutrina do quarto mandamento, deturpado pelo catolicismo, reformado e restaurado à sua pureza inicial. Ele via a guarda do sábado como algo prazeroso e alegre. O Parlamento Inglês ordenou que todas as cópias do livro fossem queimadas, por falarem contra o domingo.
  • Willian Saller. É considerado o primeiro pastor Batista do Sétimo Dia. Pastoreou a Igreja Batista do Sétimo Dia de Mill Yard, na Inglaterra. Essa igreja continua aberta e recebendo cristãos para adorarem a Deus no sábado, como um testemunho vivo de nossa história.
  • Dr. Peter Chamberlen. Médico pessoal do reis Carlos I e Carlos II, da Inglaterra, e um grande defensor da guarda do sábado, participando de debates.

Falta-nos tempo para falar de outros pioneiros e mártires, como Thomas Tillam, John Belcher, John James, entre outros. Tais informações pode ser encontradas no livro “Um povo que escolhe: a História dos Batistas do Sétimo Dia”.

Ademais, ser Batista do Sétimo Dia, como consta no livreto Identidade Batista do Sétimo, é:

  • Crer em Deus como Criador, sustentador e Senhor do universo. Cremos em um Deus infinito e perfeito, criador e sustentador do universo, que existe eternamente em três pessoas - Pai, Filho e Espírito Santo. Ele deseja compartilhar seu amor de uma maneira pessoal com cada um.
  • Crer que a Bíblia é a Palavra de Deus, verdadeira, infalível, inerrante e que pode conduzir o ser humano à salvação. Seguir a Bíblia requer uma dedicação honesta e ampla ao estudo – tanto individual como corporativo. É essencial que estejamos cheios do Espírito para entendermos aquilo que ele inspirou ser escrito. Somos relutantes em dar o status de inspirado para qualquer coisa à parte da Bíblia. Baseados em nossa crença de que todos os humanos estão sujeitos ao erro e que Deus conduz indivíduos em seu entendimento e no relacionamento com ele próprio, evitamos exigências ou corroborar com obras humanas, como credos ou testes de ortodoxia. Encorajamos a humanidade a estudar a Palavra de Deus em oração e cuidadosamente.
  • Crer que Deus enviou Seu Filho – JESUS CRISTO, ao mundo, para morrer pela humanidade e dar a Vida Eterna a todos quantos crerem e aceitarem o sacrifício do Filho de Deus em seu lugar. Sendo assim, cremos que a Vida Eterna, dada por Deus, por meio da fé em Jesus Cristo, é um dom gratuito e imerecido. Portanto, não guardamos a lei na esperança de sermos salvos. Nossa observância à lei é um ato de amor, uma resposta amorosa a tudo quanto Deus fez por nós na pessoa de Cristo.
  • Crer na liberdade de consciência do ser humano de ler, estudar e interpretar as Escrituras conforme a sua consciência, dentro da orientação do Espírito Santo e, com humildade, levar as suas conclusões a outros, sem contudo tentar ser “o dono” da verdade, respeitando o pensamento alheio e ajudando e sendo ajudado no estudo da Palavra de Deus, para que haja pureza na interpretação e no conhecimento e se busque a unidade na fé que compartilha na denominação da qual participa, para que não exista, assim, divisão (Efésios 4:1-16; Tiago 3:17-18).
  • Crer no Batismo por Imersão. Cremos que o batismo por imersão (entrar na água até que o corpo esteja completamente coberto) é o exemplo estabelecido por nosso Senhor. E essa forma é a que melhor simboliza o sepultamento de nosso passado pecaminoso, substituído por uma nova vida em Cristo. Torna-se uma demonstração pública de que a pessoa creu e recebeu Jesus em sua vida como Senhor e Salvador.
  • Observar o Sábado de Cristo e o Decálogo. Os Batistas do Sétimo Dia observam o sétimo dia – ou seja, do pôr-do-sol de sexta-feira até o de sábado – como o sábado, simplesmente porque amam a Deus e ao Senhor Jesus Cristo, o Senhor do sábado. Desejamos obedecer à sua vontade, expressa nos mandamentos. “Se me amam, guardem meus mandamentos...”
  • Cremos que o sábado foi instituído por Deus na criação, mantido durante os 40 anos dos israelitas no deserto pelo envio do maná, ordenado no Monte Sinai e observado por Jesus Cristo “como era seu costume”.
  • A prática frutífera do sábado inclui adoração, comunhão cristã, tempo a sós com Deus e atividades que fortaleçam a fé, ou nos permitam compartilhar as bênçãos divinas. É um momento de deixar de lado as preocupações mundanas e regozijar-se.

Há muito mais a ser dito sobre o modo de ser Batista do Sétimo Dia. Pois, ser um cristão batista que observa o sábado é algo vivenciado no dia a dia. Não temos como, num curto espaço, definir tudo o que somos e como o somos.

Que Deus lhe abençoe.

Pr. Jonas Sommer, Presidente da Federação Mundial Batista do Sétimo Dia

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